Estava
eu a mandar um mail às mães da turma do pirralho, a desafia-las para um jantar
de “ladies” e a pensar o que poderia dizer para as cativar a aderirem a esta
iniciativa e dei por mim a indagar no que poderia ser verdadeiramente aliciante.
Copos?
Uma
sessão de Strip?
Karaoke?
Uma
noite sem horas para chegar?
Depois
olhei para mim (numa espécie de experirencia extra corporal… aquelas coisas que
o pessoal diz que a alma sai do corpo e fica lá em cima a olhar para nós) e visualizei
o que é um jantar “normal” lá em casa…
Tudo menos calmo…
Começa com um “- Pirralhosssss… para a mesa!” – por
pirralhos aqui também se inclui o pai…
Continua com um: “- Já vos chamei para a mesa!”
E segue: “- é a terceira vez que vos chamo para a mesa… é
pedir muito que venham comer enquanto a comida está quente?”
E imenso tempo (pelo menos a mim parece-me) depois lá vêm
eles… a arrastarem-se e a reclamar porque estava a dar o Phineas e o Ferb e a
chata da mãe foi lá apagar a televisão
Quando FINALMENTE a familia está reunida à mesa, deveria instalar-se
o sossego ao momento sagrado que é a refeição…
Ahhhhhhhhhhhhhhhhh, mas não.
- Senta-te
- Põe-te direito
- Come a sopa
- Como estás cheio…? Ainda não comeste nada…
- Come a sopa
- Come a
sopa
- Come a
sopa
- A cabeça não cai!!! Come a sopa.
- Não, não podes comer na sala para ires ver os
desenhos animados, quanto mais depressa comeres mais depressa vais
- Xixi??!! Como queres ir fazer xixi?? Ainda há
10 minutos foste à casa de banho!! (ao que invariavelmente ele responde: - mas
mãe, eu não aguento, estou aflitinho!)
Entretanto a sopa que já havia virado gaspacho,
lá foi ingerida…
- Não comas só as batatas, a carne é importante.
- Pára de comer batatas!
- Não se come com a boca aberta.
- Não vais comer mais ketchup… come lá o que
tens no prato.
- Amiguinho… está na hora de dormir… ou acabas
ou vais para a cama sem jantar!
A certa altura, depois de ter conseguido que 3
bocadinhos de carne entrassem naquela boca, agora desdentada, reparo que ainda
continuam por lá… transformados em pastilha elástica… ou numa coisa qualquer
que é impossível engolir.
Aqui surge o dilema: obrigo-o a engolir aquilo
ou deixo-o deitar fora e insisto com novos pedaços?
Chega a hora da fruta:
Aqui é a única situação fácil de gerir na
harmonia (NOT) que é a refeição: Pera!
Desde que haja pera está tudo bem…
Descasco a pera, ponho numa taça, o puto come,
vai para a sala e eu… estou exausta pronta para ir dormir…
Depois deste
momento de auto análise pensei… “Ahhhh o que eu não daria por uma refeição
sossegada, poder comer tranquilamente, comida quentinha, preocupar-me com o meu
prato…!!
E…
EUREKA
É isso, vou
seduzir as outras mães com este argumento:
Jantares calmos e sem gritos… há quanto tempo não temos um jantar assim????
Tentadora a proposta, não???
Agora é só esperar pelo resultado
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