segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Ainda a propósito do Meco...

Muito se tem discutido sobre praxes, legitimidade das praxes e comissões de praxe que são verdadeiras sociedades secretas.

É a toda a hora que estamos a ser inundados por reportagens sobre o tema na televisão, rádios e jornais.

Até aqui no blogue, a propósito deste post, já existe uma legião de comentários que se dividem entre os que são a favor das prazes, os que são contra e os que estão pura e simplesmente contra o DUX.

Eu andei na Universidade durante 5 anos. Fui praxada e praxei.

Se sou melhor pessoa por causa disso? - Não
Se a praxe me preparou para a vida? - Não
Se a praxe me ajudou a conhecer pessoas? - Sim
Se a minha praxe foi violenta ou de alguma forma ofensiva? - Não (e olhem que fui praxada nas Caldas da Rainha, havia grande margem de manobra...)
Se alguma vez fui forçada ou ou forcei alguém a participar numa atividade? - Não
Se éramos todos adultos e sabiamos ao que íamos? - Sim

Não sou contra as praxes... Sou contra as parvoíces e a cambada de anormais que acoberto de um traje e de um "pseudo-titulo" de "DOUTOURES" se acham os melhores do mundo e que podem fazer tudo o que lhes apetecer àquelas "BESTAS" que acabaram de entrar na faculdade.
Sou contra as barbaridades que se fazem sob a denominação PRAXE.
Deitar alguém para dentro de uma fossa de "caca" de animal não é praxe, é maldade, é sadismo.

Durante os 5 anos que andei na faculdade, a praxe limitava-se ao primeiro ano. Era uma receção aos caloiros, uma forma de não termos aulas durante algum tempo de de cantarmos, dançarmos e sim, bebermos uns copos.

Já nos diz a wikipédia que "praxe, é um conjunto de práticas que, alegadamente, visa a recepção e integração dos novos estudantes nas instituições de ensino superior em que ingressam."

Não é praxe o ritual que envolve outros estudantes da faculdade ou que tenham outros objetivos.

É um ritual qualquer.

- Se eu acho que o DUX da Lusófona tem culpa direta no que aconteceu no Meco? - Não, não acho. Até acredito que o rapazito deva estar bastante traumatizado porque viu o mar levar 6 pastranos e só os devolveu alguns dias depois.

- Se eu acho que o que eles foram fazer para o Meco foi uma praxe? - Não. Não acho. Fui um ritual de ascensão na hierarquia da COPA que eles lá inventaram para se acharem os maiores do mundo.

- Se eu acho que alguns dos que foram foram forçados? - Também digo que não. Forçados não terão sido, mas poderão ter sentido alguma pressão para o fazerem. (Quem é que nunca fez nada sem vontade nenhuma apenas para agradar a alguém?) É normal para alguém que se quer integrar numa "sociedade secreta" que aceite passar por determinados rituais para provar que é "digno" de pertencer àquela organização. Além do mais há sempre aquele friozinho no estômago por estarmos a participar em algo que é só "nosso" é tão secreto que as pessoas falam sem saberem bem do que falam. É uma espécie de mito.

Toda a vida se assistiram a situações em que os jovens se excedem apenas... porque sim.

Estas situações sempre existiram e sempre continuarão a existir.

Compreendo a dor dos pais, felizmente para mim, não sei o que é perder um filho, mas é contra natura e só por isso deve custar muito mais.

Não compreendo o silêncio do DUX... Acho que é um inevitável falar com os pais e contar o que se passou naquela noite.

Ele era um miúdo a liderar um grupo de miúdos, provavelmente bêbados (isto sou eu a especular) que até poderão ter efetivamente estado sentados à beira mar e serem surpreendidos por uma onda.

A este miúdo digo:

- O que assististe não deve ter sido fácil para niguém, mas se és um verdadeiro lider tens de ter coragem para falar. Esquece a comunicação social e fala com os pais. Ajuda-os a arrumar essa dor. Ajuda-te a ti a fechar esta página...

Força...

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